segunda-feira, 19 de abril de 2010

Redenção Era Morrermos todos Assados


Nesta pintura vemos 4 personagens rodeadas de pequenas esculturas.
Esta pintura foi composta a partir de uma outra chamada “ Et In Arcádia Ego” do pintor francês Poussin. Na pintura que fiz o pastor central tem uma função de “médium”, uma espécie de interlocutor de uma força superior exterior ao plano térreo que envia através dele uma mensagem, enquanto na pintura original o pastor lê a inscrição feita por um desconhecido, talvez pela própria morte que assim denuncia, mostra a sua existência na Arcádia, nesta pintura o próprio Homem é responsável por transformar as sentenças divinas em verbo.
Esta mensagem é de redenção e, esta redenção é uma inevitável caminhada para um fim absoluto. A destruição pelo fogo. O fogo que tem uma função destruidora que se transforma na possibilidade de um novo começo também.
A personagem central é um artista, ou um sujeito com capacidade de moldar a matéria em construções, formas. É um ser capaz de produzir objectos estéticos, figurativos, representações e, pode usar essa habilidade para evocar os feitos dos outros homens, ou inspirá-los a acções, sentimentos, feitos. Este ser criador tem a capacidade de representar a História. Estes objectos, ou esculturas neste caso são os “despojos da história”, aquilo que ficou para trás, os impérios, a sede de poder, a autoridade, a repressão, a força bélica, etc. Esta é mais ou menos a ideia que tive para fazer esta pintura que deu bastante trabalho a acabar devido às suas dimensões, mas também pelas indecisões na sua construção.
Tento com esta pintura dizer que o artista tem um papel importante no tempo e no espaço onde existe, deve alertar e sensibilizar os que o rodeiam. Acho!

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