domingo, 29 de abril de 2012

Sem-título







Uma pintura com uma pessoa que caminha entre silvas e terra gulosa!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"Cleópatra" nº6



Lancei um fanzine em jeito de encerramento da exposição no a9)))) e de abertura da exposição na Galeria 3+1 em Lisboa.

A apresentação do fanzine foi na sede do a9)))) dia 7 de Abril. O fanzine acompanhou a preparação das exposições e serviu de registo e ensaio de algumas pinturas e ideias.

Usei cartazes da ZDB e do a9)))) como capa com umas coisas em stencil e carimbos por cima. Ficou bonito, acho eu.

"Prédios, árvores e uma luz bonita"








Inaugurei uma exposição na sede do a9)))) em Leiria o mês passado. Ficam aqui umas fotos.


Uma mescla de trabalho pictórico e gráfico a ver se resulta, trabalhos mais antigos e outros fresquinhos, numa tentativa de criar relações e diálogos entre técnicas e ideias mais ou menos dispersas. Uma parede cinzenta, pregos, folhas de papel, telas, amigos e vinho tinto saboroso. Fiquei feliz!

quarta-feira, 7 de março de 2012

"Fábricas, Baldios, Fé e Pedras atiradas à Lama"











Há uns meses, em Dezembro passado mais precisamente, foi publicado um livrinho com coisas minhas, desenhos e Banda Desenhada. Uma co-edição do a9)))) e da Oficina do Cego. Agradeço às duas associações que muito admiro o esforço e agradeço especialmente à Isabel Baraona pela força e pelos empurrões quando foram precisos! Parece que são sempre precisos!

Fiz a escolha dos trabalhos e o design da coisa. Tem trabalhos de 2007 a 2011, alguns mais interessantes outros menos. Apresentou-se em Lisboa e em Leiria durante o mês de Dezembro, houve conversas e comentários. Soube bem!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011



Há uns tempos idos em agosto fiz umas pinturas. fica aqui uma foto de uma delas e um pequenito texto em jeito de explicação!


Um sujeito fixa o olhar numa acção que acontece fora da tela, fora de si. Fuma um cigarro e apenas observa, enquanto é engolido pela terra. Tem o corpo preso à terra pantanosa que já não o deixará escapar-se. É engolido pela terra juntamente com o lixo, com as couves e tudo o resto com ele, o que está no fundo já não emergirá e o que ainda bóia naquela lama também não escapará. Permanece imóvel espreitando algo que acontece, talvez nem esteja a acontecer nada, talvez sejam somente outras pessoas, mais casas, mais lixo, mais lama, mais árvores, carros, cigarros…
Irremediavelmente tudo irá parar ao fundo.

domingo, 16 de outubro de 2011

O Cordeiro da Josefa visita o concelho de Óbidos
















Fui convidado para o Junho das ArtesItálico na vila da Óbidos para apresentar um trabalho centrado na ideia de fronteira e sobre a vila de Óbidos, o concelho, as cercanias. A ideia era desenvolver um projecto que tivesse presente os aspectos relativos as zonas circundantes da vila, a ruralidade, a farsa do pitoresco, o que se passa no oeste, no fundo o que se passa no resto do país, uma réplica, metáfora do resto. O fenómeno da ruína local como metáfora de um mundo em estado doente e moribundo, continuamente deixado ao abandono mas estranhamente habitado.
A relação que tenho com a vila de Óbidos é pouca, mas lá habitou e uma pintora pela qual tenho imenso carinho, por ser uma pintora mulher do século XVII, e pela sensibilidade e candura das suas pinturas, tem sido uma referência para mim, principalmente os seus AGNUS DEI, os cordeiros místicos prontos a serem imolados. Então surgiu a ideia de esse cordeiro passear-se pelo concelho a fim de redimir todas as trapalhadas e acidentes voluntários, cometidos ao longo dos tempos!
Ficam aqui umas imagens das aguarelas depois transformadas em postais distribuídos gratuitamente durante o período de exposição!

Residentes





























Em Abril último participei numa exposição no Atelier-Museu António Duarte nas Caldas da Rainha. Foi uma exposição que encerrava de alguma maneira o periodo de residência nos atelieres do museu, ficam aqui umas fotos e um texto que escrevi sobre a exposição, um pouco romantizado, pois sim! Passados estes meses já não tenho tanta certeza de esta experiência expositiva tenha resultado. Mas gostei imenso de ter feito isto assim!



Algum tempo no seu ateliê, usou-o, habitou-o. Alguns meses passaram e alguns objectos nasceram.


O tempo passou. As coisas cresceram.



Esta instalação funciona como um mapeamento do método de trabalho usado pelo sujeito que habitou o espaço. São referências que constroem uma projecção de uma ideia final. Referências que ficcionam um projecto. Os objectos, as pinturas, os desenhos, os livros, as tintas acumuladas nas roupas e nos suportes, as fotografias, os discos existem enquanto um todo, fragmentos de um projecto em desenvolvimento, pedaços de uma linha de entendimento, de consciência, de pensamento, criada e percorrida pelo seu executante, em constante estado de estudo e de, como registo do tempo, daqueles meses de trabalho. Encontramos ideias mais ou menos coerentes, amadurecidas e estudadas que fazem parte de um projecto artístico idealizado mas não concluído, não conclusivo, não encerrado, sujeito a mudanças, avanços e recuos onde proliferam um conjunto díspar de assuntos, a partir dos quais podemos apenas imaginar afinidades e pontos de contacto, sem que eles sejam claros ou de todo existentes. Esta colecção de objectos fragmentados indiciam e ficcionam uma espécie de mapa das ideias a desenvolver, dos interesses do artista, das suas memórias, das relações afectivas e emocionais deste com a própria criação, com os seus próximos, com o espaço que o envolve, com o contexto sociológico, político e cultural em que existe. Um processo desenhado na tentativa de criar através destas disparidades formais e teóricas. Como uma tentativa de organizar o caos, fazer existir a partir de fragmentos dispersos, num comparável processo místico genesíaco, não esquecendo todavia a frágil veracidade, a dúbia realidade destes fenómenos esotéricos de compreensão do cosmos e dos seres. O imagético pictórico, a simbologia e os significados presentes neste conjunto de objectos prestam-se a funcionar como metáforas de um entendimento daquilo que é imanente no humano. O conjunto de objectos, para além de constituir um quase diagrama, um dispositivo, um enunciado de ideias e símbolos que na sua leitura conjunta nos podem fazer construir uma ideia sobre a índole, a substância formal e conceptual do trabalho artístico em questão, são num entendimento mais geral e alargado, a prova da vivência de um individuo em determinado espaço e tempo, um sujeito que existe, um sujeito que cria, que faz existir, um Ser Humano. Este ser existente através da sua criação artística traduzida na produção de objectos faz assim uma oferta: a sua criação. Estes objectos estão impregnados dos seus pareceres, das suas ideias, das suas impressões, daquilo que faz o humano sê-lo.



Quais pedras lançadas ao mar na esperança que flutuem, que não se afundem na memória turvada pelo tempo.



Tiago em abril de 2011